27 de dez. de 2011

OS TRÊS PORQUINHOS EM 2012

A Cia Halarde de Teatro celebra em 2012 os vinte anos da primeira montagem de OS TRÊS PORQUINHOS e recebemos  a informação que foi contemplado no Edital da Casa de Cultura Mario Quintana com estréia marcada para a nova versão no dia 26 de maio de 2012. Texto do jornalista Hélio Barcellos Jr. e direção de Paulo Guerra.
Os irmãos Porcaria, Porqueira e Porcalhão prometem aprontar  com Lotário o Lobo!
Em breve novas informações!!!

28 de out. de 2011

29 de set. de 2011

DOIS DE PAUS - ÚLTIMA TEMPORADA




DESEJO#PAIXÃO#TRAIÇÃO

Retorna a cartaz em última temporada o polêmico espetáculo da Cia Halarde de Teatro “DOIS DE PAUS”.que nesta temporada comemora o aniversário de 21 da Cia.
Uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear do dramaturgo Arthur Tadeu Curado, que conta a história de dois homens afogados em seus deveres profissionais: Júlio é publicitário e Alex fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família e estão apaixonados um pelo outro.
O casamento gay, a adoção de crianças, a maior liberdade de expressão e demonstração pública de afeto são alguns dos temas abordados na peça apresentando um retrato mais verossímil de uma relação homoafetiva.
No elenco Guilherme Ferrêra, Dionatan Rosa e Diego Farias (stand by).Destaques para a Cenografia de Cláudio Benevenga , Iluminação de Anílton Souza e Trilha Original de Jean Presser.

O Quê:“DOIS DE PAUS”
Direção/Produção de Paulo Guerra
Onde: Teatro de Câmara Túlio Piva- Rua da República,575
Quando: De 14 de Outubro a 13 de Novembro/2011
Sextas e Sábados às 21 hs e domingos às 20 hs
Quanto: R$ 20,00 e R$ 16,00 (Clube Assinante ZH e Estudantes)
Duração: 55 minutos
Indicado para maiores de 14 anos
Estacionamento no local
Acessibilidade para deficientes físicos



Cia Halarde de Teatro - XXI anos
Paulo Guerra - Diretor/Produtor
(51)92541055
www.ciahalardedeteatro.blogspot.com pauloguerra1@yahoo.com.br

14 de jul. de 2011

NOVA TEMPORADA NO TEATRO CARLOS CARVALHO


Retorna a cartaz o polêmico espetáculo da Cia Halarde de Teatro “DOIS DE PAUS” Uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear, que conta a história de dois homens afogados em seus deveres profissionais: Júlio é publicitário e Alex fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família e estão apaixonados um pelo outro.
O casamento gay, a adoção de crianças, a maior liberdade de expressão e demonstração pública de afeto são alguns dos temas abordados na peça apresentando um retrato mais verossímil de uma relação homoafetiva.
O Quê: “DOIS DE PAUS”. Direção/Produção de Paulo Guerra.
Realização: Cia Halarde de Teatro.
Quando: De 10 de Agosto a 01 de Setembro.
Quartas e Quintas-feiras às 20 hs
Onde: Teatro Carlos Carvalho da CCMQ
Quanto: R$ 20,00 (Inteiro) R$ 16,00 (Promocionais)
Duração: 55 minutos
Indicado para maiores de 14 anos
Foto de Gerson de Oliveira

19 de jun. de 2011

SOMENTE TRÊS APRESENTAÇÕES NA 2ª MOSTRA DE COMÉDIAS NO HEBRAICA

FOTO de Gerson de Oliveira

“Dois de Paus” é uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear, que conta a história de dois homens : Júlio é publicitário e Alex, fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família , com os amigos, são divertidos, inteligentes e estão apaixonados um pelo outro.
Texto de Arthur Tadeu Curado Direção de Paulo Guerra com Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra. Realização Cia Halarde de Teatro XXI Anos de Sucessos
DIAS 08 ,09 E 10 DE JULHO SEXTA , SÁBADO E DOMINGO ÀS 21 HS
2ª MOSTRA DE COMÉDIAS NO HEBRAICA - IMPERDÍVEL

13 de jun. de 2011

DOIS DE PAUS - ATÉ BREVE !!!


Hoje encerramos a segunda temporada de DOIS DE PAUS, só me resta agradecer a minha grande equipe sempre incansável em manter a qualidade do trabalho. Ao autor Arthur Tadeu Curado,aos atores Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra cúmplices deste sucesso meu agradecimento especial. Cláudio Benevenga um cenógrafo e figurinista dedicado, Jean Presser e sua trilha envolvente, Anílton Souza que ilumina como ninguém, Sandro Ka designer criativo ,Du R. Maciel e Gerson de Oliveira com fotos impactantes, a Equipe do SOMOS- Comunicação, Saúde e Sexualidade nas pessoas de Alexandre Boer e Luiz Felipe Zago, Rúbia Esmeris, Daniel Fetter, Titi Lopes, Henrique Gonçalves da Silveira e em especial ao meu Companheiro Giovani Besson.
Ao público que abraçou o espetáculo o meu muito obrigado e até breve.

Paulo Guerra
Diretor/Produtor
Cia Halarde de Teatro

5 de jun. de 2011

ULTIMA SEMANA 'DOIS DE PAUS"

FOTO DE GERSON DE OLIVEIRA

Dois de Paus

Último final de semana com promoção

para namorad@s de todos os gêneros


O espetáculo teatral "Dois de Paus" fará suas últimas apresentações neste final de semana no Teatro Hebraica (Rua General João Telles, 508) e, para comemorar o Dia dos Namorados, casais de todos os gêneros compram um ingresso e ganham outro de presente para comemorar a data.


Dois de Paus” é uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear, que conta a história de dois homens: Júlio, publicitário e Alex, fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família , com os amigos, são divertidos, bem-sucedidos , inteligentes e estão apaixonados um pelo outro.

Direção Paulo Guerra com Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra.
Realização Cia Halarde de Teatro.

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES!!!

O Quê: Dois de Paus
Quando: dias 10 a 12 de junho
Que horas: Sexta e sábado às 21h e domingo às 20h
Onde: Teatro Hebraica (Rua General João Telles, 508) em Porto Alegre, RSQuanto: R$ 20,00 (Inteiro) R$ 16,00 (estudantes e Clube do Assinante ZH) R$ 10,00 (idosos)
Duração: 60 minutos
Indicação de faixa etária: Para maiores de 14 anos


30 de mai. de 2011

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES


ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES NO TEATRO HEBRAICA
SEXTAS E SÁB. ÀS 21 HS E DOMINGOS ÀS 20 HS
ATÉ 12 DE JUNHO NÃO PERCAM !!!

20 de mai. de 2011

CAFÉ DA OCA e JOANA D'ARC CREPES & ESPUMANTES VENDEM INGRESSOS PARA O ESPETÁCULO

"DOIS DE PAUS" INGRESSOS ANTECIPADOS COM 20% DE DESCONTO:


 * CAFÉ DA OCA - Rua General João Telles, 512
 Porto Alegre - RS, 90035-121 (0xx)51 3023-3538 


* JOANA DARC CREPES & ESPUMANTES - Rua General Lima e Silva, 776 Loja 15 (Nova Olaria)
Porto Alegre / RS (51) 3224-0229 
De segunda a sexta, das 17h às 23h30. Sábado, das 18h a 0h30.

INGRESSOS ANTECIPADOS PARA "DOIS DE PAUS"

11 de mai. de 2011

SOMOS e Dois de Paus esclarecem o que mudou após decisão do STF


quarta-feira, 11 de maio de 2011

SOMOS e Dois de Paus esclarecem o que mudou após decisão do STF


Nesta sexta, 13 de maio , após o espetáculo Dois de Paus no Teatro Hebraica, em Porto Alegre, haverá um debate com especialistas para esclarecer o que mudou após a decisão do STF.

O espetáculo Dois de Paus, do dramaturgo brasiliense Arthur Curado, com direção do gaúcho Paulo Guerra,está em temporada no Teatro Hebraica (Rua General João Telles, 508) de sextas a domingos até o dia 26 de junho, sendo sempre as sextas e sábados às 21h e nos domingos às 20h.

O texto retrata a vida de um casal que se apaixona e vive todas as facetas de uma história de amor entre duas pessoas que, apesar de terem vidas bem diferentes, compartilham uma relação estável, com amizade e companheirismo.
Agora, após a decisão do STF, que reconheceu os direitos das uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, o grupo decidiu aproveitar a oportunidade para aprofundar a discussão realizando um painel com especialistas após o espetáculo, que será conduzido pelo jornalista Luiz Felipe Zago, mestre em educação e coordenador geral do Grupo SOMOS Comunicação, Saúde e Sexualidade e pela socióloga e doutora em educação Rosimeri Aquino da Silva.

O espetáculo servirá como ponto de partida para a discussão, já que aborda as alegrias e os conflitos de uma relação homoafetiva, assim como temas como adoção, maior liberdade de expressão e a demonstração pública de afeto.

A Ministra Maria do Rosario,da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República afirmou que “a peça constitui-se em oportunidade singular para novos olhares, desprovidos de preconceito e aberto às infinitas possibilidades humanas de amor”.

Serviço
O Quê: “DOIS DE PAUS”. Espetáculo teatral com direção de Paulo Guerra.
Quando: De Sextas e sábados às 21h e domingos às 20h até o dia 26 de junho.

Onde: Teatro Hebraica (Rua Gal.João Telles, 508)
Quanto: R$ 20,00 (Inteiro) R$ 16,00 (estudantes e Clube do Assinante ZH) R$ 10,00 (idosos)
Duração: 60 minutos
Indicado para maiores de 14 anos

Ingressos antecipados com desconto (todos a R$16,00) no Café da Oca (Rua General João Telles, 512)

7 de mai. de 2011


NOVA TEMPORADA
TEATRO HEBRAICA
DE 06 DE MAIO A 26 DE JUNHO
SEXTAS E SÁBADOS ÀS 21 HS
DOMINGOS ÀS 20 HS
GEN. JOÃO TELLES, 508
ESTACIONAMENTO NO LOCAL
INGRESSO ANTECIPADOS :
JOANA D'ARC CREPERIA(OLARIA)
CAFÉ DA OCA(GEN. JOÃO TELLES)

2 de mai. de 2011

DOIS DE PAUS: UM ESPETÁCULO NECESSÁRIO

foto de Gerson de Oliveira

DOIS DE PAUS: UM ESPETÁCULO NECESSÁRIO

Recentemente, assisti a uma montagem gaúcha do texto “Dois de Paus”, do brasiliense Arthur Tadeu Curado. Tive a oportunidade de ver esse mesmo texto sendo encenado pelo próprio autor no Palco Giratório do SESC, em 2006. O que me impressionou na montagem foi o ótimo trabalho de caracterização dos atores, visto que o mesmo grupo havia apresentado no dia anterior uma adaptação da peça “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de Plínio Marcos, com o mesmo elenco e a mesma direção, e, no entanto, os trabalhos resultaram em espetáculos completamente diferentes. Enquanto “Dois Perdidos” apresentava dois homens rudes vivendo à força no mesmo quarto da periferia de uma cidade, com uma tensão sexual entre os dois sempre presente, mas nunca exteriorizada; “Dois de Paus” apresentava um casal assumidamente gay, levemente afeminado, mostrando a tensão de um relacionamento, com seus altos e baixos, em um apartamento provavelmente localizado em algum bairro nobre de uma cidade grande. É inevitável que aqui eu faça comparações entre a montagem brasiliense e a atual gaúcha, visto tratar-se do mesmo texto, embora o resultado de uma e de outra em nada de assemelhem, e talvez nem sejam comparáveis.

A atual montagem gaúcha do texto “Dois de Paus”, dirigida por Paulo Guerra, traz dois homens, nada afeminados, em um quarto, em uma sala, em um bar, em um motel, em um chat na internet, enfim, inúmeros locais podem ser vistos pelo público com a inteligente utilização de duas traves metálicas e quatro blocos de madeira vazados. Com relação à luz, enquanto o branco predominava na montagem brasiliense, mostrando cruamente, com excesso de luz, o relacionamento do casal (o que por vezes chocava uma plateia não acostumada com uma peça teatral homoafetiva), aqui o preto se sobressai, dando lugar a uma quase permanente penumbra, o que torna o espetáculo menos agressivo, mais doce e, por isso, mais tocante. A trilha sonora é leve, pontuando certos momentos fundamentais da história. E a dramaturgia de Curado foi sabiamente adaptada por Guerra, tirando os excessos e aprofundando as partes realmente importantes.

A intenção de chocar da montagem brasiliense fica mais evidente ao colocar em plena boca de cena um ardente beijo entre os dois atores da montagem, que desempenharam trabalhos excelentes de atuação, embora tenham feito um estereótipo, mesmo que de forma realista e verdadeira. Na montagem gaúcha, o que se vê é um beijo “politicamente correto” no meio do palco entre dois homens cuja sexualidade não pode ser definida à primeira vista. Guilherme Ferrêra demonstra muita concentração e segurança no palco, tem movimentos limpos e precisos e um olhar bem focado e expressivo. Dionatan Rosa tem uma energia ótima em cena, é extremamente carismático e estabelece uma empatia com o público do início ao fim do espetáculo, deixando o público dividido na última cena da peça.

A direção de Paulo Guerra está na medida certa, preocupando-se em mostrar com profundidade os detalhes mais importantes do relacionamento de Júlio e Alex, que poderiam ser Pedro e Isabel, Ricardo e Patrícia, Adriana e Teresa, enfim, qualquer relacionamento afetivo entre duas pessoas que se amam. E é aí, que Paulo Guerra acerta em cheio! Há um extremo cuidado em sua direção ao apresentar essa relação homoafetiva. Não há qualquer intenção de chocar ou levantar bandeiras. Apenas há a intenção de mostrar um relacionamento entre duas pessoas que se amam e que querem construir uma vida juntos, como qualquer casal. E, dessa forma, Guerra passa a ser muito mais ousado que a direção da outra montagem, expondo a todos o óbvio que muitas pessoas não querem enxergar. Surpreendentemente, na montagem brasiliense, a cena de sexo entre os dois personagens acontecia atrás de um sofá. Aqui ela acontece aos olhos do público, apenas com um lençol cobrindo os corpos nus, de forma que a cena, que poderia ser chocante, acaba ficando doce e esteticamente bonita e sensual, mesmo sendo mais ousada.

Sabemos que, hoje em dia, o preconceito contra homossexuais ainda é grande, apesar de toda a política que vem sendo feita, e o grupo SOMOS, apoiador do espetáculo, vem contribuindo muito na luta em combate à homofobia, entre outras ações voltadas ao grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), aumentando sua visibilidade e diminuindo o preconceito. Espetáculos como “Dois de Paus” também vêm a contribuir com a diminuição do preconceito, ao mostrar de forma tão natural, algo que ainda é repudiado por muitas pessoas. E a Sala Carlos Carvalho tem lotado todas as suas sessões de “Dois de Paus”. E espero que esse espetáculo, tão necessário a uma cidade que já abrigou duas Paradas Livres em um mesmo ano, esteja sempre em cartaz, lotando as salas na qual estiver em cartaz, para que mais gente veja o quão natural é uma relação de dois homens que se amam, tendo as mesmas preocupações, os mesmos desejos, alegrias e tristezas, saúdes e doenças de um casal heterossexual padrão. A montagem da Companhia Halarde de Teatro mostra que um casal gay também pode fazer parte do padrão, mesmo que fuja dele.

20 de abr. de 2011

Drama exigente e equilibrado - Crítica JC


TEATRO

Drama exigente e equilibrado

ANTONIO HOHLFELDT

A estréia de Dois de paus, de Arthur Tadeu Curado e direção de Paulo Guerra, revela um dramaturgo competente e um diretor plenamente maduro. Desde o título, a peça de Curado mostra sensibilidade, inteligência e cuidado em não descambar para o óbvio, tendo em vista o tema escolhido. É certo que Curado precisará ultrapassar o texto fragmentário para alcançar um trabalho mais fluído e contínuo, mas isso virá com o aprendizado. Há um conto conhecido de Caio Fernando Abreu, Aqueles dois, mais tarde transformado em filme, que toca na mesma temática, pleno de sensibilidade e de sentimento. Do ponto de vista da forma, Dois de paus me fez relembrar Mão na luva, para mim a obra-prima de Oduvaldo Viana Filho, mas que ele escondeu, com medo dos companheiros do PCB. Quero explicar: tanto Mão na luva quanto Dois de paus tocam o mesmo tema: a dificuldade de uma relação. E ambas terminam, apesar do amor que une os personagens. No caso de Vianinha, Ele e Ela contracenam já no momento crítico. Flashbacks contínuos reconstituem a relação.

No caso de Dois de paus, a peça se inicia quando a relação se rompe e depois um longo flashback recupera a história pretérita. A sensibilidade de Vianinha é inesquecível. O equilíbrio de Curado é excelente, com o acréscimo – que Vianinha não tem – de certo humor que quebra o clima dramático e realimenta o interesse do espectador pelo enredo. É evidente que há situações e contextos que inexistem em Vianinha, por se tratar de um casal heterossexual, enquanto podem ser abordados na peça de Curado, por se tratar de um casal homossexual. Mas, nestes casos, é a ilustração particular do caso mais geral. E o caso mais geral é a relação entre duas pessoas. Substitua-se um dos rapazes por uma mulher, e o diálogo continua válido, o drama continua de pé e, sobretudo, a criação de Arthur Tadeu Curado continua tendo sua lógica interna.

Alvíssaras! Descobriu-se um novo Dramaturgo, assim mesmo, com D maiúsculo, tanto mais que ele não temeu estrear tocando num tema ainda tabu. E parabéns ao diretor Paulo Guerra que teve a coragem de sair de seu sucesso e partir para um texto denso e complexo, que exigia equilíbrio e cuidado para não cair no anedótico,o que conseguiu plenamente. O cenário de Cláudio Benevenga é inteligente: constitui e desfaz o triângulo amoroso que é o cerne do drama. A trilha sonora original de Jean Presser, com um solo de piano, é perfeita, lembrando às vezes Eric Satie (o que é muito bom), pela sonoridade. A coreografia de Guilherme Ferrêra amplia o sentido metafórico do espetáculo, com bom resultado. Paulo Guerra foi feliz na direção: comedido, ao mesmo tempo direto, reuniu os elementos cênicos em complementação aos atores, em torno dos quais, evidentemente, gira o espetáculo. A idéia de manter os personagens em cena, ainda na entrada do público é muito boa porque, embora a platéia converse, o clima vai sendo criado lentamente e por certo isso “esquenta” os atores – como ocorre com os jogadores de futebol – quando entram formalmente em cena. A última frase de Julio é terrível e sintetiza o drama: por isso mesmo, acho que poderia ser mais marcada e destacada. Fechar o triângulo é bom, porque fecha a metáfora cênica, mas isso não pode enfraquecer a fala. Talvez ela pudesse ser dita já com os atores encerrados no triângulo, e não antes. Não conheço os dois intérpretes de Dois de paus, para mim, ambos estreantes. Mas certamente estreiam com o pé direito, tanto pela dificuldade do texto quanto pelo desempenho em si mesmo, jamais afetado, jamais artificial, sempre psicológica e emocionalmente equilibrado .Com cerca de uma hora de duração, a estréia, assistida pelo dramaturgo, deve tê-lo emocionado. Afinal, a transformação do texto em espetáculo; a incorporação dos personagens nos atores, tudo isso deve mexer com um autor dramático. Por isso mesmo, parabéns a todos, estamos começando bem a nova temporada.

Edição de 20, 21, 22, 23 e 24 de abril de 2011

Viver Jornal do Comércio - Porto Alegre

10 de abr. de 2011

O NOVO BOM ESPETÁCULO DA CIA HALARDE

10/04/2011

Dois de paus


Foto: du.r Maciel

O novo bom espetáculo da Cia Halarde

Dois de paus é o quarto texto de Arthur Curado, dramaturgo brasiliense, também ator na primeira encenação do espetáculo ocorrida em 2005. A produção gaúcha, dirigida por Paulo Guerra, acontece em paralelo a outras produções do mesmo texto no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, sendo que nesses últimos seis anos, em especial graças ao Projeto Palco Giratório do SESC, a história já viajou todo o país incluindo Porto Alegre no roteiro em maio de 2006. Produzido pela Cia Halarde, muito conhecida pelo espetáculo Dona Gorda, além de outros, Dois de paus conta a história de dois homossexuais que se conhecem pela internet e iniciam um relacionamento. Os espectadores acompanham, de forma não linear, as diferentes fases pelas quais os personagens Alex e Júlio passam: primeiro encontro, namoro, casamento... No elenco, estão os estreantes no teatro profissional porto-alegrense Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra.

Talvez a questão primeira mais importante a ser tratada seja o gênero. Porque se trata de dois personagens gays, o primeiro impulso é categorizar (para assim entender) como peça “gay”. Observar Dois de paus sob a ótica das cores, das dublagens, das comédias, da iconografia gay, elementos presentes em outros espetáculos que, por causa deles, facilmente poderiam ser assim classificados, faz com que a atenção se desvie bastante do objeto. Nele, nesse espetáculo, não há cores, tudo é preto, branco ou cinza (com exceção do peixe, que é vermelho). Também não há dublagens e nenhum ícone estético gay aparece ou é citado. Em termos de dramaturgia, nem exageros são passíveis de ser identificados. Assim, Dois de paus funciona melhor enquanto sistema narrativo se analisado como uma história dramática em que duas pessoas se conhecem e começam a namorar e conviver, sendo esse encontro o espaço para o aparecimento de conflitos humanos tão acessíveis ao mundo além da narrativa. Há aí uma questão: se, ao invés de dois gays, houvesse um homem e uma mulher, a peça teria feito e faria tanto sucesso como é o caso? A resposta é não. Todas as ações são simples e, por isso, dizem pouco ou nada enquanto tais. A história se perderia no marasmo de tantas outras milhares de narrativas que, ou vão para a questão da auto-ajuda nos relacionamentos contemporâneos, ou se tornam comédias românticas, essas, sim, sempre com um ponto original relevante capaz de interessar o espectador que já vivenciou (ou testemunhou) na sua vida uma historia parecida, mas nunca pensou nela sob esse determinado aspecto. Ou seja, se o fato de os dois personagens serem gays não interfere na obra na questão do conteúdo, com certeza esse é fator fundamental na viabilidade da produção. Ultrapassada essa reflexão inicial, falta evidenciar as conseqüências desse ponto de vista nas observações sobre alguns dos elementos do espetáculo que são fundantes para a fruição dele.

Dionatan Rosa (Alex) e Guilherme Ferrêra (Júlio) trazem bons valores à obra. Os dois personagens foram construídos de forma bastante próxima da realidade além da narrativa, isto é, foram contemplados os resultados de uma pesquisa não sobre um determinado grupo de gays, mas sobre a generalidade. Não há, assim, a exibição de um personagem afetado, tão comum nos estereótipos, mas também não há a fuga da afetação, o que consistiria num desvínculo com o ambiente da fruição. (O segredo de Brokeback Mountain, o filme, por exemplo, situa os dois personagens protagonistas num universo bastante longe da fruição, o mundo dos másculos cowboys, um lugar idealizado coerente com a altura das montanhas.) Alex e Júlio estabelecem uma relação romantizada, mas são, antes de tudo, personagens verticais, realistas. Um é fisioterapeuta e o outro é publicitário. Ambos têm mais ou menos a mesma idade. Um é geminiano e o outro é escorpionino. Um já assumiu-se como gay para para a família e o outro ainda não. Ou seja, Alex e Julio têm forte relação com os Rodrigos, os Marcelos, os Renatos, os Lucianos que são comuns de se encontrarem por aí. O que eles dizem, no entanto, é raro.

O discurso de Dois de paus é o lugar onde está a idealização ou o romantismo. As frases são bem construídas, as imagens são belas, as palavras são fortes e colocadas nos seus lugares depois de um prévio estudo de recepção. Ao escrever o texto, Curado não toca em ferida nenhuma, mas dá o beijo que leva à cura. E Guerra não mexeu nisso. Mais uma vez dando um exemplo de sua grande habilidade como diretor meticuloso que é, construiu personagens reais para dizer coisas irreais. O amor que os dois sentem um pelo outro poderia, sim, ser manifestado como está na peça por duas mulheres ou por um casal heterossexual. Mas a construção daqueles que dizem nos faz refletir sobre uma minoria da população mundial que se relaciona há muito tempo na marginalidade conseqüente do preconceito contra a livre orientação sexual. O beijo gay é igual ao beijo hétero, mas o fato de ser gay tem a força do desvelar de uma relação rara em sua exposição infelizmente. Assim, o que seria clichê na boca de dois personagens heterossexuais tem um sabor diferente na boca de dois personagens gays. E o fato das construções terem se mantido sem a força do idealismo, mas com o vínculo com o real faz com que a coragem de assumir quem é antes de assumir o que sente dê novas cores as onze situações que se sucedem na contagem da história.

Ainda sobre a dramaturgia e sua leitura pela direção cênica, é interessante notar como o jogo acontece. Na primeira cena, abrindo a peça já numa briga, o que é bastante delicado (e perigoso), os personagens discutem acerca de uma traição. Moralistas que somos, o traidor sempre é tido como vilão. Durante o espetáculo, no entanto, o jogo se inverte. Sem um final revelador, mas um arranjo finalizador que, de uma forma bastante inteligente (e contemporânea), convida o público para concluir a história, Dois de paus oferece uma bela reflexão tanto em sua semente literária, o texto de Curado, como na sua manisfestação cênica, a peça da Cia. Halarde.

Dois de paus tem dois problemas graves: Paulo Guerra erra a mão quando aparece mais que Curado nas concepções de cenário e de trilha sonora. O troca-troca de cenário, num colocar os praticáveis aqui e depois lá e depois acolá sem fim só não é mais irritante do que o abre e fecha de cortinas e abre e fecha de araras. Em alguns momentos, como na primeira cena, fica bastante claro que aquilo só está sendo feito para que algo esteja sendo feito em cena. Sim, teatro é ação. Drama é sinônimo de ação. Mas ações mais intimistas, mais discretas, menores, talvez ofereçam resultados mais coerentes que esses escolhidos pela direção. O mesmo se pode dizer da trilha sonora. Cheia de inserts, repetições de frases ditas nas cenas e coloridos, a trilha também não permite que o espectador se envolva com os personagens plenamente. Faltam silêncios, faltam espaços vazios em Dois de paus: lugares no tempo e no espaço em que quem assiste irá se colocar.

A expressão dois de paus vem do jogo de baralho, nomeando uma carta que, por ter um baixo valor, fica na mão do jogador ou na mesa sem ação, à espera de que algo aconteça. Há, no entanto, dois possibilidades de visão sobre quem está parado. Um deles, o que nos interessa, faz refletir sobre a imanência, a potência, a força acumulada esperando o start. O que vem a seguir é a ação. E ação aqui é parabenizar e aplaudir.

*

Ficha técnica:

Texto: Arthur Tadeu Curado
Direção: Paulo Guerra

Elenco:
Dionatan Rosa
Guilherme Ferrêra

Cenário e Figurino: Cláudio Benevenga
Trilha Sonora: Jean Presser
Iluminação: Anilton Souza
Design: Sandro Ka

http://teatropoa.blogspot.com/search?updated-max=2011-04-17T20%3A29%3A00-07%3A00&max-results=3

1 de abr. de 2011

IMPERDÍVEL ULTIMAS APRESENTAÇÕES "DOIS DE PAUS"





Volta a cartaz para as quatro últimas  apresentações(de 09 a 12 de fevereiro) na Sala Àlvaro Moreyra o polêmico espetáculo da Cia Halarde de Teatro dentro do Porto Verão Alegre/2012.
DESEJO#PAIXÃO#TRAIÇÃO

DOIS DE PAUS - JORNAL DO COMÉRCIO




18 de fev. de 2011

ENSAIOS "DOIS DE PAUS"


" Esse negócio de carência é pra plano de saúde, não pra mim." DOIS DE PAUS Estréia 01 de abril Teatro Carlos Carvalho da C.C.M.Q.

17 de jan. de 2011

DONA GORDA NO PORTO VERÃO ALEGRE 2011


Ela é romântica, ela é moderna, ela é gorda.

Ela é "DONA GORDA", uma mulher solteira em busca do amor e corpo ideal.

O espetáculo esta em festa, comemorando oito anos de muito sucesso no interior e na capital e participa novamente do Porto Verão Alegre/2011 no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mário Quintana de 11 a 13/FEVEREIRO (sexta, sábado e domingo) às 21 hs.

A Direção/Produção é de Paulo Guerra que comemora 20 anos de sucessos da Cia Halarde de Teatro, texto de Lisiane Berti e Marcelo Vásquez com a interpretação solo da premiada atriz Lúcia Bendati . Participações especiais (voz em off) do jornalista Paulo Sant’anna, da cantora Adriana Marques (Rádio Esmeralda) e dos atores Luciano Figueiró e José Alessandro (Solteiríssima).


O QUÊ: "DONA GORDA"
QUANDO: 11,12, e 13 de fevereiro/2011

ONDE: TEATRO CARLOS CARVALHO
CASA DE CULTURA MARIO QUINTANA
HORÁRIO: 21 HORAS