12 de jun. de 2012

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES


  "PORCO ALEGRE" É PURA FELICIDADE COM
   OS IRMÃOS PORCARIA, PORQUEIRA E PORCALHÃO!                                                                  
   ATÉ 24 DE JUNHO NO TEATRO CARLOS CARVALHO DA CCMQ.                                                
   E O LOBO MAU ? AHAHAHAHAH

27 de mai. de 2012

ESTRÉIA DE OS TRÊS PORQUINHOS

UMA GRANDE FESTA A ESTRÉIA DE                                                             "OS TRÊS PORQUINHOS"(26/05/2012)NO TEATRO CARLOS CARVALHO. AS CRIANÇAS VIBRARAM COM AS AVENTURAS DOS PORCOS EM "PORCO ALEGRE".A PEÇA SEGUE EM CARTAZ ATÉ 24 DE JUNHO SEMPRE AOS SÁBADOS E DOMINGOS ÀS 16H.




18 de mai. de 2012

Estréia OS TRÊS PORQUINHOS 2012


 A Cia Halarde de Teatro, comemorando os 20 anos da primeira montagem deste sucesso infantil ,estréia no dia 26 de maio de 2012 no Teatro Carlos Carvalho da CCMQ uma  versão contemporânea de OS TRÊS PORQUINHOS . Texto do jornalista/dramaturgo Hélio Barcellos Jr. e direção/produção de  Paulo Guerra.

A peça mostra as aventuras de Porcaria, Porqueira e Porcalhão que fogem do interior para morarem em “Porco Alegre” onde encontram Lotário, o Lobo que por instinto faz de tudo para acabar com os irmãos.
No elenco: Claudio Benevenga (Lobo), Cristiano Godinho (Porcalhão), Douglas Carvalho (Porqueira), Paulo Adriane (Porcaria) e participação especial de Caio Prates (Porco Mestre). Trilha Sonora Original de Jean Presser, Iluminação de Anílton Souza , Figurinos/Cenografia de Claudio Benevenga, Coreografias de Sayonara Sosa e Arte de Sandro Ka .
Uma realização da Cia Halarde de Teatro XXII anos de realizações.

“OS TRÊS PORQUINHOS”
DE 26 DE MAIO A 24 DE JUNHO/2012
TEATRO CARLOS CARVALHO – C.C.M.Q
SÁBADOS E DOMINGOS ÀS 16H
INGRESSOS: R$20,00(PÚBLICO EM GERAL)
                        R$16,00(BANRISUL)
                        R$15,00(CLUBE ZH)
                        R$10.00(IDOSOS)

Contatos:
Paulo Guerra
Cel. (51)92541055
foto de Gerson de Oliveira

27 de mar. de 2012

OS TRÊS PORQUINHOS ENSAIOS

Foi dada a largada para a montagem de mais um grande trabalho !!!






OS TRÊS PORQUINHOS

“ OS TRÊS PORQUINHOS “  

A Cia Halarde de Teatro, comemorando os 20 anos da primeira montagem deste sucesso infantil ,estréia no dia 26 de maio de 2012 no Teatro Carlos Carvalho da CCMQ uma nova versão contemporânea de OS TRÊS PORQUINHOS . Texto do jornalista/dramaturgo Hélio Barcellos Jr. e direção/produção de  Paulo Guerra.

A peça mostra as aventuras de Porcaria, Porqueira e Porcalhão que fogem do interior para morarem em “Porco Alegre” onde encontram Lotário, o Lobo que por instinto faz de tudo para acabar com os irmãos.
No elenco: Cláudio Benevenga (Lobo), Cristiano Godinho (Porcalhão), Douglas Carvalho (Porqueira), Paulo Adriane (Porcaria) e participação especial de Caio Prates (Porco Mestre). Trilha Sonora Original de Jean Presser, Iluminação de Anílton Souza , Figurinos/Cenografia de Cláudio Benevenga, Coreografias de Sayonara Sosa e Arte de Sandro Ka .
Foto de Gérson de Oliveira.
Uma realização da Cia Halarde de Teatro XXII anos de realizações.

Contatos:
Paulo Guerra
Cel. (51)92541055

27 de dez. de 2011

OS TRÊS PORQUINHOS EM 2012

A Cia Halarde de Teatro celebra em 2012 os vinte anos da primeira montagem de OS TRÊS PORQUINHOS e recebemos  a informação que foi contemplado no Edital da Casa de Cultura Mario Quintana com estréia marcada para a nova versão no dia 26 de maio de 2012. Texto do jornalista Hélio Barcellos Jr. e direção de Paulo Guerra.
Os irmãos Porcaria, Porqueira e Porcalhão prometem aprontar  com Lotário o Lobo!
Em breve novas informações!!!

28 de out. de 2011

29 de set. de 2011

DOIS DE PAUS - ÚLTIMA TEMPORADA




DESEJO#PAIXÃO#TRAIÇÃO

Retorna a cartaz em última temporada o polêmico espetáculo da Cia Halarde de Teatro “DOIS DE PAUS”.que nesta temporada comemora o aniversário de 21 da Cia.
Uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear do dramaturgo Arthur Tadeu Curado, que conta a história de dois homens afogados em seus deveres profissionais: Júlio é publicitário e Alex fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família e estão apaixonados um pelo outro.
O casamento gay, a adoção de crianças, a maior liberdade de expressão e demonstração pública de afeto são alguns dos temas abordados na peça apresentando um retrato mais verossímil de uma relação homoafetiva.
No elenco Guilherme Ferrêra, Dionatan Rosa e Diego Farias (stand by).Destaques para a Cenografia de Cláudio Benevenga , Iluminação de Anílton Souza e Trilha Original de Jean Presser.

O Quê:“DOIS DE PAUS”
Direção/Produção de Paulo Guerra
Onde: Teatro de Câmara Túlio Piva- Rua da República,575
Quando: De 14 de Outubro a 13 de Novembro/2011
Sextas e Sábados às 21 hs e domingos às 20 hs
Quanto: R$ 20,00 e R$ 16,00 (Clube Assinante ZH e Estudantes)
Duração: 55 minutos
Indicado para maiores de 14 anos
Estacionamento no local
Acessibilidade para deficientes físicos



Cia Halarde de Teatro - XXI anos
Paulo Guerra - Diretor/Produtor
(51)92541055
www.ciahalardedeteatro.blogspot.com pauloguerra1@yahoo.com.br

14 de jul. de 2011

NOVA TEMPORADA NO TEATRO CARLOS CARVALHO


Retorna a cartaz o polêmico espetáculo da Cia Halarde de Teatro “DOIS DE PAUS” Uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear, que conta a história de dois homens afogados em seus deveres profissionais: Júlio é publicitário e Alex fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família e estão apaixonados um pelo outro.
O casamento gay, a adoção de crianças, a maior liberdade de expressão e demonstração pública de afeto são alguns dos temas abordados na peça apresentando um retrato mais verossímil de uma relação homoafetiva.
O Quê: “DOIS DE PAUS”. Direção/Produção de Paulo Guerra.
Realização: Cia Halarde de Teatro.
Quando: De 10 de Agosto a 01 de Setembro.
Quartas e Quintas-feiras às 20 hs
Onde: Teatro Carlos Carvalho da CCMQ
Quanto: R$ 20,00 (Inteiro) R$ 16,00 (Promocionais)
Duração: 55 minutos
Indicado para maiores de 14 anos
Foto de Gerson de Oliveira

19 de jun. de 2011

SOMENTE TRÊS APRESENTAÇÕES NA 2ª MOSTRA DE COMÉDIAS NO HEBRAICA

FOTO de Gerson de Oliveira

“Dois de Paus” é uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear, que conta a história de dois homens : Júlio é publicitário e Alex, fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família , com os amigos, são divertidos, inteligentes e estão apaixonados um pelo outro.
Texto de Arthur Tadeu Curado Direção de Paulo Guerra com Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra. Realização Cia Halarde de Teatro XXI Anos de Sucessos
DIAS 08 ,09 E 10 DE JULHO SEXTA , SÁBADO E DOMINGO ÀS 21 HS
2ª MOSTRA DE COMÉDIAS NO HEBRAICA - IMPERDÍVEL

13 de jun. de 2011

DOIS DE PAUS - ATÉ BREVE !!!


Hoje encerramos a segunda temporada de DOIS DE PAUS, só me resta agradecer a minha grande equipe sempre incansável em manter a qualidade do trabalho. Ao autor Arthur Tadeu Curado,aos atores Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra cúmplices deste sucesso meu agradecimento especial. Cláudio Benevenga um cenógrafo e figurinista dedicado, Jean Presser e sua trilha envolvente, Anílton Souza que ilumina como ninguém, Sandro Ka designer criativo ,Du R. Maciel e Gerson de Oliveira com fotos impactantes, a Equipe do SOMOS- Comunicação, Saúde e Sexualidade nas pessoas de Alexandre Boer e Luiz Felipe Zago, Rúbia Esmeris, Daniel Fetter, Titi Lopes, Henrique Gonçalves da Silveira e em especial ao meu Companheiro Giovani Besson.
Ao público que abraçou o espetáculo o meu muito obrigado e até breve.

Paulo Guerra
Diretor/Produtor
Cia Halarde de Teatro

5 de jun. de 2011

ULTIMA SEMANA 'DOIS DE PAUS"

FOTO DE GERSON DE OLIVEIRA

Dois de Paus

Último final de semana com promoção

para namorad@s de todos os gêneros


O espetáculo teatral "Dois de Paus" fará suas últimas apresentações neste final de semana no Teatro Hebraica (Rua General João Telles, 508) e, para comemorar o Dia dos Namorados, casais de todos os gêneros compram um ingresso e ganham outro de presente para comemorar a data.


Dois de Paus” é uma comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear, que conta a história de dois homens: Júlio, publicitário e Alex, fisioterapeuta. Os dois moram juntos, têm bom relacionamento com a família , com os amigos, são divertidos, bem-sucedidos , inteligentes e estão apaixonados um pelo outro.

Direção Paulo Guerra com Dionatan Rosa e Guilherme Ferrêra.
Realização Cia Halarde de Teatro.

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES!!!

O Quê: Dois de Paus
Quando: dias 10 a 12 de junho
Que horas: Sexta e sábado às 21h e domingo às 20h
Onde: Teatro Hebraica (Rua General João Telles, 508) em Porto Alegre, RSQuanto: R$ 20,00 (Inteiro) R$ 16,00 (estudantes e Clube do Assinante ZH) R$ 10,00 (idosos)
Duração: 60 minutos
Indicação de faixa etária: Para maiores de 14 anos


30 de mai. de 2011

ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES


ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES NO TEATRO HEBRAICA
SEXTAS E SÁB. ÀS 21 HS E DOMINGOS ÀS 20 HS
ATÉ 12 DE JUNHO NÃO PERCAM !!!

20 de mai. de 2011

CAFÉ DA OCA e JOANA D'ARC CREPES & ESPUMANTES VENDEM INGRESSOS PARA O ESPETÁCULO

"DOIS DE PAUS" INGRESSOS ANTECIPADOS COM 20% DE DESCONTO:


 * CAFÉ DA OCA - Rua General João Telles, 512
 Porto Alegre - RS, 90035-121 (0xx)51 3023-3538 


* JOANA DARC CREPES & ESPUMANTES - Rua General Lima e Silva, 776 Loja 15 (Nova Olaria)
Porto Alegre / RS (51) 3224-0229 
De segunda a sexta, das 17h às 23h30. Sábado, das 18h a 0h30.

INGRESSOS ANTECIPADOS PARA "DOIS DE PAUS"

11 de mai. de 2011

SOMOS e Dois de Paus esclarecem o que mudou após decisão do STF


quarta-feira, 11 de maio de 2011

SOMOS e Dois de Paus esclarecem o que mudou após decisão do STF


Nesta sexta, 13 de maio , após o espetáculo Dois de Paus no Teatro Hebraica, em Porto Alegre, haverá um debate com especialistas para esclarecer o que mudou após a decisão do STF.

O espetáculo Dois de Paus, do dramaturgo brasiliense Arthur Curado, com direção do gaúcho Paulo Guerra,está em temporada no Teatro Hebraica (Rua General João Telles, 508) de sextas a domingos até o dia 26 de junho, sendo sempre as sextas e sábados às 21h e nos domingos às 20h.

O texto retrata a vida de um casal que se apaixona e vive todas as facetas de uma história de amor entre duas pessoas que, apesar de terem vidas bem diferentes, compartilham uma relação estável, com amizade e companheirismo.
Agora, após a decisão do STF, que reconheceu os direitos das uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, o grupo decidiu aproveitar a oportunidade para aprofundar a discussão realizando um painel com especialistas após o espetáculo, que será conduzido pelo jornalista Luiz Felipe Zago, mestre em educação e coordenador geral do Grupo SOMOS Comunicação, Saúde e Sexualidade e pela socióloga e doutora em educação Rosimeri Aquino da Silva.

O espetáculo servirá como ponto de partida para a discussão, já que aborda as alegrias e os conflitos de uma relação homoafetiva, assim como temas como adoção, maior liberdade de expressão e a demonstração pública de afeto.

A Ministra Maria do Rosario,da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República afirmou que “a peça constitui-se em oportunidade singular para novos olhares, desprovidos de preconceito e aberto às infinitas possibilidades humanas de amor”.

Serviço
O Quê: “DOIS DE PAUS”. Espetáculo teatral com direção de Paulo Guerra.
Quando: De Sextas e sábados às 21h e domingos às 20h até o dia 26 de junho.

Onde: Teatro Hebraica (Rua Gal.João Telles, 508)
Quanto: R$ 20,00 (Inteiro) R$ 16,00 (estudantes e Clube do Assinante ZH) R$ 10,00 (idosos)
Duração: 60 minutos
Indicado para maiores de 14 anos

Ingressos antecipados com desconto (todos a R$16,00) no Café da Oca (Rua General João Telles, 512)

7 de mai. de 2011


NOVA TEMPORADA
TEATRO HEBRAICA
DE 06 DE MAIO A 26 DE JUNHO
SEXTAS E SÁBADOS ÀS 21 HS
DOMINGOS ÀS 20 HS
GEN. JOÃO TELLES, 508
ESTACIONAMENTO NO LOCAL
INGRESSO ANTECIPADOS :
JOANA D'ARC CREPERIA(OLARIA)
CAFÉ DA OCA(GEN. JOÃO TELLES)

2 de mai. de 2011

DOIS DE PAUS: UM ESPETÁCULO NECESSÁRIO

foto de Gerson de Oliveira

DOIS DE PAUS: UM ESPETÁCULO NECESSÁRIO

Recentemente, assisti a uma montagem gaúcha do texto “Dois de Paus”, do brasiliense Arthur Tadeu Curado. Tive a oportunidade de ver esse mesmo texto sendo encenado pelo próprio autor no Palco Giratório do SESC, em 2006. O que me impressionou na montagem foi o ótimo trabalho de caracterização dos atores, visto que o mesmo grupo havia apresentado no dia anterior uma adaptação da peça “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de Plínio Marcos, com o mesmo elenco e a mesma direção, e, no entanto, os trabalhos resultaram em espetáculos completamente diferentes. Enquanto “Dois Perdidos” apresentava dois homens rudes vivendo à força no mesmo quarto da periferia de uma cidade, com uma tensão sexual entre os dois sempre presente, mas nunca exteriorizada; “Dois de Paus” apresentava um casal assumidamente gay, levemente afeminado, mostrando a tensão de um relacionamento, com seus altos e baixos, em um apartamento provavelmente localizado em algum bairro nobre de uma cidade grande. É inevitável que aqui eu faça comparações entre a montagem brasiliense e a atual gaúcha, visto tratar-se do mesmo texto, embora o resultado de uma e de outra em nada de assemelhem, e talvez nem sejam comparáveis.

A atual montagem gaúcha do texto “Dois de Paus”, dirigida por Paulo Guerra, traz dois homens, nada afeminados, em um quarto, em uma sala, em um bar, em um motel, em um chat na internet, enfim, inúmeros locais podem ser vistos pelo público com a inteligente utilização de duas traves metálicas e quatro blocos de madeira vazados. Com relação à luz, enquanto o branco predominava na montagem brasiliense, mostrando cruamente, com excesso de luz, o relacionamento do casal (o que por vezes chocava uma plateia não acostumada com uma peça teatral homoafetiva), aqui o preto se sobressai, dando lugar a uma quase permanente penumbra, o que torna o espetáculo menos agressivo, mais doce e, por isso, mais tocante. A trilha sonora é leve, pontuando certos momentos fundamentais da história. E a dramaturgia de Curado foi sabiamente adaptada por Guerra, tirando os excessos e aprofundando as partes realmente importantes.

A intenção de chocar da montagem brasiliense fica mais evidente ao colocar em plena boca de cena um ardente beijo entre os dois atores da montagem, que desempenharam trabalhos excelentes de atuação, embora tenham feito um estereótipo, mesmo que de forma realista e verdadeira. Na montagem gaúcha, o que se vê é um beijo “politicamente correto” no meio do palco entre dois homens cuja sexualidade não pode ser definida à primeira vista. Guilherme Ferrêra demonstra muita concentração e segurança no palco, tem movimentos limpos e precisos e um olhar bem focado e expressivo. Dionatan Rosa tem uma energia ótima em cena, é extremamente carismático e estabelece uma empatia com o público do início ao fim do espetáculo, deixando o público dividido na última cena da peça.

A direção de Paulo Guerra está na medida certa, preocupando-se em mostrar com profundidade os detalhes mais importantes do relacionamento de Júlio e Alex, que poderiam ser Pedro e Isabel, Ricardo e Patrícia, Adriana e Teresa, enfim, qualquer relacionamento afetivo entre duas pessoas que se amam. E é aí, que Paulo Guerra acerta em cheio! Há um extremo cuidado em sua direção ao apresentar essa relação homoafetiva. Não há qualquer intenção de chocar ou levantar bandeiras. Apenas há a intenção de mostrar um relacionamento entre duas pessoas que se amam e que querem construir uma vida juntos, como qualquer casal. E, dessa forma, Guerra passa a ser muito mais ousado que a direção da outra montagem, expondo a todos o óbvio que muitas pessoas não querem enxergar. Surpreendentemente, na montagem brasiliense, a cena de sexo entre os dois personagens acontecia atrás de um sofá. Aqui ela acontece aos olhos do público, apenas com um lençol cobrindo os corpos nus, de forma que a cena, que poderia ser chocante, acaba ficando doce e esteticamente bonita e sensual, mesmo sendo mais ousada.

Sabemos que, hoje em dia, o preconceito contra homossexuais ainda é grande, apesar de toda a política que vem sendo feita, e o grupo SOMOS, apoiador do espetáculo, vem contribuindo muito na luta em combate à homofobia, entre outras ações voltadas ao grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), aumentando sua visibilidade e diminuindo o preconceito. Espetáculos como “Dois de Paus” também vêm a contribuir com a diminuição do preconceito, ao mostrar de forma tão natural, algo que ainda é repudiado por muitas pessoas. E a Sala Carlos Carvalho tem lotado todas as suas sessões de “Dois de Paus”. E espero que esse espetáculo, tão necessário a uma cidade que já abrigou duas Paradas Livres em um mesmo ano, esteja sempre em cartaz, lotando as salas na qual estiver em cartaz, para que mais gente veja o quão natural é uma relação de dois homens que se amam, tendo as mesmas preocupações, os mesmos desejos, alegrias e tristezas, saúdes e doenças de um casal heterossexual padrão. A montagem da Companhia Halarde de Teatro mostra que um casal gay também pode fazer parte do padrão, mesmo que fuja dele.

20 de abr. de 2011

Drama exigente e equilibrado - Crítica JC


TEATRO

Drama exigente e equilibrado

ANTONIO HOHLFELDT

A estréia de Dois de paus, de Arthur Tadeu Curado e direção de Paulo Guerra, revela um dramaturgo competente e um diretor plenamente maduro. Desde o título, a peça de Curado mostra sensibilidade, inteligência e cuidado em não descambar para o óbvio, tendo em vista o tema escolhido. É certo que Curado precisará ultrapassar o texto fragmentário para alcançar um trabalho mais fluído e contínuo, mas isso virá com o aprendizado. Há um conto conhecido de Caio Fernando Abreu, Aqueles dois, mais tarde transformado em filme, que toca na mesma temática, pleno de sensibilidade e de sentimento. Do ponto de vista da forma, Dois de paus me fez relembrar Mão na luva, para mim a obra-prima de Oduvaldo Viana Filho, mas que ele escondeu, com medo dos companheiros do PCB. Quero explicar: tanto Mão na luva quanto Dois de paus tocam o mesmo tema: a dificuldade de uma relação. E ambas terminam, apesar do amor que une os personagens. No caso de Vianinha, Ele e Ela contracenam já no momento crítico. Flashbacks contínuos reconstituem a relação.

No caso de Dois de paus, a peça se inicia quando a relação se rompe e depois um longo flashback recupera a história pretérita. A sensibilidade de Vianinha é inesquecível. O equilíbrio de Curado é excelente, com o acréscimo – que Vianinha não tem – de certo humor que quebra o clima dramático e realimenta o interesse do espectador pelo enredo. É evidente que há situações e contextos que inexistem em Vianinha, por se tratar de um casal heterossexual, enquanto podem ser abordados na peça de Curado, por se tratar de um casal homossexual. Mas, nestes casos, é a ilustração particular do caso mais geral. E o caso mais geral é a relação entre duas pessoas. Substitua-se um dos rapazes por uma mulher, e o diálogo continua válido, o drama continua de pé e, sobretudo, a criação de Arthur Tadeu Curado continua tendo sua lógica interna.

Alvíssaras! Descobriu-se um novo Dramaturgo, assim mesmo, com D maiúsculo, tanto mais que ele não temeu estrear tocando num tema ainda tabu. E parabéns ao diretor Paulo Guerra que teve a coragem de sair de seu sucesso e partir para um texto denso e complexo, que exigia equilíbrio e cuidado para não cair no anedótico,o que conseguiu plenamente. O cenário de Cláudio Benevenga é inteligente: constitui e desfaz o triângulo amoroso que é o cerne do drama. A trilha sonora original de Jean Presser, com um solo de piano, é perfeita, lembrando às vezes Eric Satie (o que é muito bom), pela sonoridade. A coreografia de Guilherme Ferrêra amplia o sentido metafórico do espetáculo, com bom resultado. Paulo Guerra foi feliz na direção: comedido, ao mesmo tempo direto, reuniu os elementos cênicos em complementação aos atores, em torno dos quais, evidentemente, gira o espetáculo. A idéia de manter os personagens em cena, ainda na entrada do público é muito boa porque, embora a platéia converse, o clima vai sendo criado lentamente e por certo isso “esquenta” os atores – como ocorre com os jogadores de futebol – quando entram formalmente em cena. A última frase de Julio é terrível e sintetiza o drama: por isso mesmo, acho que poderia ser mais marcada e destacada. Fechar o triângulo é bom, porque fecha a metáfora cênica, mas isso não pode enfraquecer a fala. Talvez ela pudesse ser dita já com os atores encerrados no triângulo, e não antes. Não conheço os dois intérpretes de Dois de paus, para mim, ambos estreantes. Mas certamente estreiam com o pé direito, tanto pela dificuldade do texto quanto pelo desempenho em si mesmo, jamais afetado, jamais artificial, sempre psicológica e emocionalmente equilibrado .Com cerca de uma hora de duração, a estréia, assistida pelo dramaturgo, deve tê-lo emocionado. Afinal, a transformação do texto em espetáculo; a incorporação dos personagens nos atores, tudo isso deve mexer com um autor dramático. Por isso mesmo, parabéns a todos, estamos começando bem a nova temporada.

Edição de 20, 21, 22, 23 e 24 de abril de 2011

Viver Jornal do Comércio - Porto Alegre