Parabéns minha Rainha
Fui convidada para assistir a peça Rainha do Lar hoje à noite. Tenho mais de 40 anos, ou seja, este título chega a me dar arrepios. Mesmo depois de já ter refletido tantas vezes sobre o tema. De saber que este lance da mulher ir para rua e trabalhar também foi meio imposto por uma época de guerra, pela necessidade de mão-de-obra, etc. De pensar muito sobre quão complexa é a atividade de uma dona de casa que precisa saber executar tantas tarefas braçais e ainda ter cabeça para administrar funcionários e tratar de questões financeiras. Com certeza, não é tarefa para principiantes.
De tarde, ligo a tv e vejo Marília Gabriela entrevistando Cecília Troiano sobre o livro Vida de Equilibrista – dores e delícias da mãe da mulher que trabalha. Fico sabendo que 50% das mulheres já pensaram em abandonar a carreira pelo menos uma vez, que dispensam apenas 1h20 para a própria vida. Os homens apenas “ajudam” na tarefa de cuidar dos filhos.
Bem, mas, voltando ao espetáculo, cheguei pensando que não havia nada de novo que pudesse ser dito sobre este tema e, no entanto, mesmo que eu tivesse razão, por que não usufruir do prazer da identificação? No entanto, foram muitos prazeres mais. O texto de Lisiane Berti é ótimo. Na boca de Lucia Bendati ganha vida, forma, cheiro e gosto. Dá até vontade de comer o nhoque que ela prepara em cena. Ainda bem que a receita foi entregue junto com um imã de geladeira na entrada.
Nota-se que a atriz se sente à vontade naquele personagem, naquele lugar e isso se transmite para o público. A Rainha do lar, dirigida por Paulo Guerra, lava o chão, passa roupa, fala no telefone e conosco e, como se não bastasse, ainda canta com uma voz límpida, suave, gostosa de ouvir. Tudo isso no cenário criativo, funcional e esteticamente interessante de Cláudio Benevenga que também é o responsável pelos figurinos que dão o tom certo a esta mulher, dona de casa e mãe em todos os seus momentos. Com destaque para a cena final que salienta o talento desta atriz que consegue nos fazer ver o que ela vê, sentir o que ela sente e diria até pensar o que ela pensa: não é fácil ser uma Rainha do Lar, mesmo no dia do aniversário. Agora, uma coisa é certa: Lucia reina naquele palco.
Obs: Estranhei um pouco a participação em off do marido e dos filhos no início que me parece um tanto artificial. Mas, nada que prejudicasse o todo que, sem dúvida, vale a pena assistir.
Fui convidada para assistir a peça Rainha do Lar hoje à noite. Tenho mais de 40 anos, ou seja, este título chega a me dar arrepios. Mesmo depois de já ter refletido tantas vezes sobre o tema. De saber que este lance da mulher ir para rua e trabalhar também foi meio imposto por uma época de guerra, pela necessidade de mão-de-obra, etc. De pensar muito sobre quão complexa é a atividade de uma dona de casa que precisa saber executar tantas tarefas braçais e ainda ter cabeça para administrar funcionários e tratar de questões financeiras. Com certeza, não é tarefa para principiantes.
De tarde, ligo a tv e vejo Marília Gabriela entrevistando Cecília Troiano sobre o livro Vida de Equilibrista – dores e delícias da mãe da mulher que trabalha. Fico sabendo que 50% das mulheres já pensaram em abandonar a carreira pelo menos uma vez, que dispensam apenas 1h20 para a própria vida. Os homens apenas “ajudam” na tarefa de cuidar dos filhos.
Bem, mas, voltando ao espetáculo, cheguei pensando que não havia nada de novo que pudesse ser dito sobre este tema e, no entanto, mesmo que eu tivesse razão, por que não usufruir do prazer da identificação? No entanto, foram muitos prazeres mais. O texto de Lisiane Berti é ótimo. Na boca de Lucia Bendati ganha vida, forma, cheiro e gosto. Dá até vontade de comer o nhoque que ela prepara em cena. Ainda bem que a receita foi entregue junto com um imã de geladeira na entrada.
Nota-se que a atriz se sente à vontade naquele personagem, naquele lugar e isso se transmite para o público. A Rainha do lar, dirigida por Paulo Guerra, lava o chão, passa roupa, fala no telefone e conosco e, como se não bastasse, ainda canta com uma voz límpida, suave, gostosa de ouvir. Tudo isso no cenário criativo, funcional e esteticamente interessante de Cláudio Benevenga que também é o responsável pelos figurinos que dão o tom certo a esta mulher, dona de casa e mãe em todos os seus momentos. Com destaque para a cena final que salienta o talento desta atriz que consegue nos fazer ver o que ela vê, sentir o que ela sente e diria até pensar o que ela pensa: não é fácil ser uma Rainha do Lar, mesmo no dia do aniversário. Agora, uma coisa é certa: Lucia reina naquele palco.
Obs: Estranhei um pouco a participação em off do marido e dos filhos no início que me parece um tanto artificial. Mas, nada que prejudicasse o todo que, sem dúvida, vale a pena assistir.
(Helena Mello)
Nenhum comentário:
Postar um comentário